segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Solanum rostratum Dunal (Solanaceae) naturalizado em Portugal



Solanum rostratum Dunal
Syn.: Solanum cornutum auct., non Lam.
Esta planta anual muito espinhosa de flores amarelas, de origem norte-americana, foi por nós encontrada como um possível epecófito, na província de Trás-os-Montes e Alto Douro (TM), no distrito de Bragança, em Mirandela, perto de Mascarenhas, planta arvense, num pomar/horta, na margem da estrada para Mirandela, em 3.VII.2003 (fotos 1 a 3). 
 
Não nos consta que seja planta cultivada e parecia estar naturalizada, havendo vários exemplares.
Esta espécie encontra-se já naturalizada em diversas províncias espanholas (Sobrino Vesperinas & Sanz-Elorza, 2012, Solanum L. In Flora iberica XI: pp 189-190), assim como em diversos outros países europeus (Valdés, B., 2012. Solanaceae. In: Euro+Med Plantbase – the information resource for Euro-Mediterranean plant diversity.).


Agradecemos a A.C. Matos a companhia nesta excursão botânica.

 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Taxodium distichum (L.) Rich. (Cupressaceae) naturalizado em Portugal

 


Taxodium distichum (L.) L.C.M. Richard, in Ann. Mus. Natl. Hist. Nat. 16: 298. 1810
= Cupressus disticha L., Sp. Pl.: 1003. 1753
Esta gimnospérmica norte-americana (natural do SE dos Estados Unidos), caducifólia, pode considerar-se entre nós possivelmente como um agriófito. É um fanerófito, que terá sido introduzido sobretudo como ornamental, podendo ter também interesse pela sua madeira e pela sua utilidade ecológica, para fixar terrenos arenosos nas zonas costeiras ou próximas do mar, pois “Tem particular interêsse no revestimento de terrenos encharcados, inundáveis e margens de cursos de água” (Amaral Franco, Dendrologia Florestal, 1943: 69).
Encontrámo-la bem naturalizada e aparentemente em expansão na margem da Lagoa das Braças (BL: Figueira da Foz: Quiaios), 29TNE165552, alt. ca. 45 m, em 29 de Setembro de 2015, como permitem comprovar as quatro fotos seguintes, nas quais se podem ver os característicos pneumatóforos (nas fotos 1, 2 e 3), assim como o aspecto geral da árvore (foto 4).
A Med-Checklist (1984) e a Flora iberica (1986) não referem esta árvore, a Flora Europaea (ed. 2, 1993) e a Euro+Med Plantbase (2014) não a indicam para Portugal, assim como Amaral Franco, na Nova Flora de Portugal (1971) e Amaral Franco e Rocha Afonso em Distribuição de Pteridófitos e Gimnospérmicas em Portugal (1982); contudo, em 1943, na sua Dendrologia Florestal, Amaral Franco já mencionava esta espécie norte-americana, natural do SE dos Estados Unidos, como quase naturalizada: «Na Marinha Grande, existem exemplares com 31 m. de altura e 0,52 m. de diâmetro à altura de peito, sendo a sua propagação natural tão fácil que se pode até considerar quási subespontâneo». Propaga-se muito bem por semente, possuindo as suas sementes «um coeficiente germinativo de 40-60 %» (Amaral Franco, 1943: 68-69).
Na Europa, encontra-se sobretudo cultivada, em diversos países, embora na Bélgica seja já considerada como “Casual alien” ou “Très rarement subspontané” (Verloove, F. 2006 – Catalogue of neophytes in Belgium (1800-2005) - Scripta Botanica Belgica (Meise), 39: 81; Lambinon, J. & Verloove, F. – Nouvelle Flore de la Belgique, du Grand-Duché de Luxembourg, du nord de la France et des régions voisines (Ptéridophytes et Spermatophytes), Ed. 6 (Deuxième tirage, avec corrections). Meise. 2015: 51; Raab-Straube, E. von (2014): Gymnospermae. – In: Euro+Med Plantbase - the information resource for Euro-Mediterranean plant diversity.)
Agradecemos a A.C. Matos e a M.J. Pereira pela companhia nesta excursão botânica, assim como a F. Verloove pela sugestão de visitar este local fascinante.