sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Acis autumnalis (Amaryllidaceae)

















Os dias já estão a encolher visivelmente, vieram as primeiras chuvas e o Outono aproxima-se claramente... é tempo de florescer a belíssima Amarilidácea Acis autumnalis (L.) Sweet -- Brit. Fl. Gard. [Sweet] 3: sub t. 297. 1829 = Leucojum autumnale L. Sp. Pl. 1: 289. 1753 [1 May 1753], conforme se pode ver aqui:
IPNI Plant Name Query Results
e também aqui: Mediterranean Plants Identification
Esta excelente planta bolbosa estival e outonal pode encontrar-se na Região Mediterrânica Ocidental: Argélia, Córsega, Creta, Gibraltar, Marrocos, Portugal, Sardenha, Sicília, Espanha e Tunísia, de acordo com a mesma fonte acima referida (da Universidade de Reading).

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Serapias cordigera (Orchidaceae)







Suponho que esta bela orquídea, que aparece frequentemente em lameiros de montanha da classe de vegetação pratense perene Molinio-Arrhenatheretea, ainda não estava representada neste blog. Assim, para dar um pouco mais de cor e frescura a este Verão tão quente e seco, aqui ficam duas imagens desta espécie tão interessante e ornamental:
Serapias cordigera L. -- Sp. Pl., ed. 2. 2: 1345. 1763 [Jul-Aug 1763], conforme se pode consultar aqui:
IPNI Plant Name Query Results

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Smilax aspera (Smilacaceae)

A Smilax azorica e a S. pendulina foram apresentadas em posts anteriores, respectivamente, pelo ZG e pelo J. Capelo.
Ficou em falta a S. aspera:

Esta liana de óptimo biogeográfico mediterrânico evita, em Portugal continental, as montanhas (andares bioclimáticos oromediterrânico, supramediterrânico e supratemperado) e os territórios mais continentais do interior norte e centro. De resto podem-na encontrar do Algarve ao Minho, nos mais variados habitats - e.g. escarpas, dunas, pinhais e matos baixos - embora prefira os matos altos e os bosques perenifólios.

O S. aspera tem uma característica rara no mundo das plantas: as estípulas (dois pequenos órgãos geralmente de natureza foliar que ladeiam os pecíolos das folhas)  estão transformados em gavinhas (estruturas delgadas , ramificadas ou não, adaptadas a envolver ramos ou outros tipos de suportes).
A enorme plasticidade morfológica da suas folhas é outra das curiosidades da morfologia externa da S. aspera. No campo observam-se, entre outro tipos foliares, folhas cordadas (em forma de coração estilizado), lanceoladas (com a forma da folha de uma lança), reniformes (em forma de rim) ou sagitadas (semelhantes às de um jarro-de-jardim, Zantedeschia aethiopica). As folhas cordadas são mais comum nas plantas dos bosques e matos altos, ou protegidas da sombra. O stress (e.g. herbivoria e exposição ao vento) e a exposição à luz do sol promove os outros tipos foliares.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Trifolium resupinatum (Fabaceae)

Para recomeçar nada melhor do que um trevo indígena da nossa flora, muito usado em misturas comerciais de plantas pratenses: o Trifolium resupinatum «trevo-da-pérsia».

O T. resupinatum aprecia solos húmidos, inclusivamente algo salinos, percorridos por animais. É muito fácil de distinguir no campo. Além dos vistosos capítulos de flores rosadas, apresenta a corola resupinada. Quer isto dizer que a corola sofre uma rotação de 180º, ficando o estandarte em baixo e a quilha em cima (a corola papilionada que caracteriza muitas leguminosas é constituída por 4 peças, 1 estandarte, 2 asas e 1 quilha). Nas leguminosas de corola resupinada os insectos polinizadores podem estacionar no estandarte - geralmente a maior das peças da corola papilionada - e, calmamente, aceder à sua recompensa, cumprindo o seu papel de polinizadores.


Finda a fecundação, os cálices alargam-se e a inflorescência toma a forma de uma bola. O T. resupinatum é uma espécie anemocórica: dispersa-se pela acção do vento.

domingo, 8 de agosto de 2010

Cymbalaria aequitriloba (Plantaginaceae)














Voltando às belíssimas Antirríneas, actualmente inseridas na família das Plantagináceas, aqui fica a tão ornamental Cymbalaria aequitriloba (Viv.) A.Chev. -- Bull. Soc. Bot. France 83: 646. 1937 [1936 publ. 1937] = Antirrhinum aequitrilobum Viv. -- Fl. Libyc. Spec. 68; Fl. Cors. Sp. Nov. 10. (basiónimo), ou
Linaria aequitriloba Spreng. -- Syst. Veg. (ed. 16) [Sprengel] 2: 790. 1825 [Jan-May 1825], como se pode consultar aqui: IPNI Plant Name Query Results.
Esta antirrínea pode encontrar-se em fendas de rochas e muros, nalgumas ilhas do Mediterrâneo Ocidental (Arquipélago Toscano, Baleares, Córsega e Sardenha), de onde é endémica, conforme nos informa a excelente Flora iberica (vol. XIII: 212-214).
A época estival está a ser demasiado quente, mas continua a haver algumas plantas em floração!