Ficou em falta a S. aspera:
Esta liana de óptimo biogeográfico mediterrânico evita, em Portugal continental, as montanhas (andares bioclimáticos oromediterrânico, supramediterrânico e supratemperado) e os territórios mais continentais do interior norte e centro. De resto podem-na encontrar do Algarve ao Minho, nos mais variados habitats - e.g. escarpas, dunas, pinhais e matos baixos - embora prefira os matos altos e os bosques perenifólios.
O S. aspera tem uma característica rara no mundo das plantas: as estípulas (dois pequenos órgãos geralmente de natureza foliar que ladeiam os pecíolos das folhas) estão transformados em gavinhas (estruturas delgadas , ramificadas ou não, adaptadas a envolver ramos ou outros tipos de suportes).
A enorme plasticidade morfológica da suas folhas é outra das curiosidades da morfologia externa da S. aspera. No campo observam-se, entre outro tipos foliares, folhas cordadas (em forma de coração estilizado), lanceoladas (com a forma da folha de uma lança), reniformes (em forma de rim) ou sagitadas (semelhantes às de um jarro-de-jardim, Zantedeschia aethiopica). As folhas cordadas são mais comum nas plantas dos bosques e matos altos, ou protegidas da sombra. O stress (e.g. herbivoria e exposição ao vento) e a exposição à luz do sol promove os outros tipos foliares.
Muito interessante! É uma planta comum (pelo menos aqui no Sul mediterrânico) e bem conhecida, mas é sempre bom aprender alguma coisa nova sobre ela!
ResponderEliminarPois... aqui onde vivo, em Vila Nova de Cerveira, nunca a encontrei e podem crer que conheço quase tudo o que por aqui vegeta. O seu magnífico livro "Guia das Plantas de Galicia", Xosé Ramón García refere que há registos da existência desta planta na minha terra, mas a verdade é que... até agora...nada.
ResponderEliminarObrigado pela partilha desse feliz encontro.