quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Aveleirais

Aveleiral em Arcos de Valdevez (Foto: P. Alves) Um dos habitats florestais que se encontra em expansão nos solos férteis da Galiza e norte de Portugal corresponde a carvalhais ricos em espécies que ocorrem geralmente em solos férteis na base de encostas e incorporam no estrato arbóreo uma grande diversidade de espécies para além do carvalho-alvarinho, tais como Fraxinus angustifolia, Acer pseudoplatanus, Laurus nobilis ou Castanea sativa. Podem também corresponder a formações secundárias em zonas de coluviões ou ravinas apertadas com presença de linhas de água, sendo dominadas por espécies como Corylus avellana e Ulmus glabra. No território português estas formações foram interpretadas como pertencendo ao habitat 9160 - Carvalhais pedunculados ou florestas mistas de carvalhos e carpas subatlânticas e médio europeias da Carpinion betuli, enquanto no território galego foram atribuídos ao habitat 9180* - Bosques de encostas, depósitos ou barrancos de Tilio-Acerion. Na realidade, as espécies de Carpinion (habitat 9160) e Tilio-Acerion (habitat 9180*) chegam de forma finícola aos nossos territórios e por essa razão estes dois tipos de formações foram colocadas no mesmo saco. Na verdade, as formações de aveleira enquadradas no subtipo 2 do habitat 9160 correspondem, se fizermos uma interpretação correcta, ao habitat prioritário 9180*.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

azevinhos e carvalhos

Azevinhal na serra da Peneda (foto: P. Alves). Os azevinhais são das formações mais interessantes em Portugal, devido à raridade e carácter pontual com que aparecem na paisagem. A sua permanência parece ter origem na resiliência do azevinho face a perturbação recorrente pelos incêndios, mas não explica completamente o fenómeno. Os azevinhais aparecem no topo das serras em locais onde todos os carvalhos foram cortados há muito tempo. Os carvalhos são árvores com um grande sucesso de germinação e a grande quantidade de endosperma das bolota dá-lhes uma vantagem competitiva mesmo quando jovens plântulas. Mas essa vantagem é uma inconveniência quando falamos na dispersão das sementes. Se não existir um carvalho que forneça propágulos na proximidade, dificilmente teremos carvalhais na paisagem. Pelo contrário, o azevinho é um campeão nesse particular, especialmente quando falamos de dispersão zoocórica. As aves são os seus maiores aliados e uma semente de azevinho chega quase a todo o lado. E por essa razão vemos bosques de azevinho exuberantes na serrana da Peneda e não conseguimos descobrir nem um pequeno carvalho…

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Lagurus ovatus L. (Gramineae)



Já muito tempo que aqui não postávamos, por isso aqui fica a bela gramínea anual e própria das regiões litorais Lagurus ovatus L., fotografada em 4.VII.2014, na Serra da Boa Viagem (CW. calc.: BL: Figueira da Foz, alt. ca. 200 m).
Guardada desde o Verão, postamo-la agora, nesta época tão fria e quase sem flores, exceptuando naturalmente as notáveis e já aqui postadas Oxalis pes-caprae L. (Oxalidaceae), Rosmarinus officinalis L. (Labiatae) e mais algumas corajosas e raras excepções...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O nome Acacia fica na Austrália

Está decidido, a proposta de neotipificação do género Acacia é para ficar. O tipo anterior era africano; o novo tipo passa a ser australiano (Acacia penninervis). O género Acacia é artificial e será pulverizado em 5 géneros. As plantas australianas mantêm-se no género Acacia; os australianos livraram-se do nome Racosperma, bem feio por sinal.  Temos que nos habituar aos novos nomes das Acacia africanas, recombinados nos géneros Vachelia ou Senegal. É assim, manda quem pode, até na botânica.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

The Plant List

Aí está, uma tentativa de uma lista de consenso de todas as plantas-terrestres ('briófitas' + 'pteridófitos'+gimnospérmicas+angiospérmicas). Ainda falta muita coisa, mas a semente está lançada (clicar na figura).