segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
As outras batatas
Solanum chacoense Bitter, jardim botânico do Porto. Fotografia tirada durante o trabalho de campo do projecto Urban Green Structure: Study of the relation between public space morphology and flora and fauna diversity in the city of Porto. (PTDC/AUR-URB/104044/2008).
Há uns anos andei ocupado a tentar identificar um Solanum invasor produtor de tubérculos no jardim botânico do Porto. Como o número de espécies do género produtoras de “batatas” é muito grande, deu-me uma grande ajuda consultar o Solanum Project, uma iniciativa do jardim botânico de Nova Iorque (aqui). Quando recebi a visita do grande botânico belga Filip Verloove, falei-lhe nesta “batata” potencialmente invasora e ele perguntou-me se poderia tentar adivinhar qual era a espécie. Com grande surpresa minha, adivinhou logo à primeira e contou-me depois que esta espécie já é invasora noutros locais, designadamente na América do Norte, América Central, em alguns países da Europa, Ásia, Austrália, e Nova Zelândia (aqui).
Será que este potencial invasor tem potencial para ser usado na alimentação humana? Não seria o primeiro caso, já há muitas espécies comestíveis com comportamento invasor no nosso país.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Galium Belizianum Ortega Oliv., Devesa & Rodr. Riaño (Rubiaceae)
Ainda aqui não tinha sido postada esta belíssima espécie:
Galium Belizianum Ortega Oliv., Devesa & Rodr. Riaño, Bot. Helv. 114(1): 2 (1-6; fig.). 2004 [June
2004], que se encontra em Portugal (Southwestern Europe, Europe) e foi
originalmente colectada por A.Ortega-Olivencia & T.Rodríguez Riaño, no “Miño: Serra do
Gerês, carretera de Caldas do Gerês a Portela do Homen”, em 2002-7-10 (holotype
UNEX 30821)
Este endemismo ibérico de distribuição bastante restrita
parece-nos inteiramente apropriado para abrir o ano de 2017, que se espera seja
um bom ano para todos os participantes e leitores deste blog!
As fotos estivais aqui publicadas foram obtidas nas serras da
Freita (concelho de Arouca, a 1.ª foto, de 3.VII.2008) e de Montemuro (Serra das Meadas,
conc. de Lamego, as 3 fotos seguintes, de 29.VI.2006), em locais rochosos de
natureza granítica ou quartzítica (no caso da serra da Freita), a altitudes
superiores a 1000 m, onde se pode encontrar em arrelvados perenes, por entre os blocos de rocha.
O nome Belizianum constitui uma muito justa homenagem ao grande botânico e engenheiro agrónomo alentejano (nascido em Lisboa) José Vicente Cordeiro Malato Beliz (1920-1993). que durante tantos anos trabalhou em Elvas, na Estação Nacional de Melhoramento de Plantas, onde criou e desenvolveu um excelente herbário (ELVE). Eminente fitossociólogo e fitotaxonomista, foi também professor na Universidade de Évora, assim como deputado à Assembleia Nacional (1969-1974), entre muitas outras coisas, tendo deixado uma obra científica muito vasta e de grande qualidade, assim como ilustres discípulos.
Etiquetas:
endemismos,
história da botânica,
Rubiaceae,
Vegetação de relvados perenes
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