terça-feira, 4 de junho de 2019

Andropogon distachyos L. (Gramineae)



Andropogon distachyos L. (Gramineae = Poaceae) é um endemismo da Regiões Mediterrânica e Macaronésica (http://euromed.luomus.fi/euromed_map.php?taxon=442819&size=medium), que tivemos a oportunidade de fotografar recentemente (25.V.2019) em pleno CW. calc., no concelho de Condeixa-a-Nova, pr. Zambujal, 29TNE43, alt. ca. 240 m. A sua presença em Portugal não tem sido muito notada, mas já é conhecido entre nós há cerca de 20 anos, pois consta da tese de doutoramento da Prof.ª Maria do Carmo Lopes, sobre A Flora e Vegetação das Terras de Sicó (2001), -de onde provém o afamado Queijo do Rabaçal-, assim como do trabalho fitossociológico "Vascular plant communities in Portugal", de J. C. Costa & al. (Dec. 2012), que nos indica que a planta se encontra em comunidades da aliança Hyparrhenion sinaicae, tal como pudemos confirmar in loco.
Trata-se de uma planta muito rara em Lu, como se pode verificar na excelente Flora On (https://flora-on.pt/#/1androp).
Agradecemos ao ilustre colector botânico Sr A. C. Matos ter-nos mostrado esta belíssima planta, entre diversas outras. 

2 comentários:

  1. Não me parece que do trabalho Vascular plant communities in Portugal se possa deduzir que os autores sabiam da presença do Andropogon distachyos em Portugal continental. Das espécies características da aliança Hyparrhenion sinaicae indicadas no trabalho, pelo menos duas delas (Aristida adscensionis e Cenchrus ciliaris) parecem estar ausentes do nosso território continental, tendo sido apenas assinaladas na Madeira. E há muitas outras instâncias em que uma comunidade vegetal é incluída numa certa associação fitossociológica sem que estejam presentes todas as espécies características dessa associação (às vezes nem aquela que lhe dá nome). Lembro ainda que quase todos (senão mesmo todos) os autores desse trabalho foram colaboradores da Checklist da Flora de Portugal, onde é omitida a presença do Andropogon distachyos em Portugal.

    Em qualquer caso, se a referida tese menciona a presença da espécie em Sicó, é indubitável que ela já era por cá conhecida. Mas parece que esse conhecimento ficou esquecido.

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  2. Caro Paulo,
    Sim, a referida tese de Doutoramento da Drª M.C. Lopes(defendida no ISA em 2001 ou 2002), indica a referida gramínea como novidade absoluta para Lu: CW. calc. e mostra fotos da planta (suponho que nas pág. 65 e 117 há referências e fotos), incluindo exemplar de herbário completo - que penso estará depositado no Herb. da E.S. Agrária de Coimbra. É possível que tb haja algum exemplar em LISI - mas se houver já não chegou a tempo do volume das Gramíneas da Nova Fl. Port. (1998), de A. Franco & R. Afonso, evidentemente.

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