Mais um endemismo ibérico, fotografado na BA: Guarda: Cavadoude, junto à estrada, local granítico seco, 29TPE447945, alt. c. 530 m, 24.VII.2012, Ferulago capillaris (Link ex Sprengel) Coutinho = Ferula capillaris Link ex Sprengel (Umbelliferae), com o belo hemíptero pentatomídeo Graphosoma lineatum (Linnaeus, 1753).
terça-feira, 29 de outubro de 2013
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Angelica major Lag., Elench. Pl. [13] (1816) (Umbelliferae) e um hemíptero
Trazemos aqui hoje o belo endemismo ibérico Angelica major Lag., Elench. Pl. [13] (1816) (Umbelliferae) e um hemíptero, bem engraçado, cuja identicação desconhecemos.
As fotos são provenientes da encosta virada para Manteigas da nossa montanha mais elevada, a Serra da Estrela, alt. ca. 1600 m, 15.VII.2010.
As fotos são provenientes da encosta virada para Manteigas da nossa montanha mais elevada, a Serra da Estrela, alt. ca. 1600 m, 15.VII.2010.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Medicago sativa L. (Leguminosae), um bicho e uma planta não identificada
Trazemos hoje aqui 2 fotos recentes de Medicago sativa L. (Leguminosae), um bicho e uma planta ornamental não identificada, na terceira foto.
O bicho parece ser um insecto com aspecto invulgar, recordando um pouco de algodão, e parece alimentar-se de plantas, sobre as quais se multiplica, podendo mesmo tornar-se uma praga...
Quais sugestões identificativas serão, naturalmente, bem vindas!
Etiquetas:
Fabaceae,
Insectos,
Plantas cultivadas,
Plantas ornamentais
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Reino Capense vrs. Região Mediterrânica
A região do Cabo (extremo SW de África) e a Bacia Mediterrânica partilham um clima de tipo mediterrânico. O chamado Reino Capense é francamente mais fitodiverso do que a Região Mediterrânica. Nunca percebi bem porquê.
Um paper ainda quente do prelo (aqui) explica tudo ao pormenor: "High richness in the Cape is linked to long-term lineage persistence in a heterogeneous but stable evolutionary context. In contrast, the climatically unstable Mediterranean Basin has offered fewer opportunities for diversity accumulation in the long term (owing to high extinction rates), but appears to be a hotspot of recent rapid speciation."
Nerine sarniensis (L.) Herb. (Amaryllidaceae), Epilobium brachycarpum C. Presl (Onagraceae) e uma planta não identificada
Postamos hoje aqui 3 plantas não identificadas, todas de ambientes exteriores.
A nº 1 é uma monocotiledónea cultivada como ornamental (família ignota);
A nº 2 parece ser um Epilobium sp. (Onagraceae), provavelmente espontâneo em Portugal;
A nº 3 será talvez uma Bignoniácea ornamental.
A n.º 1 é a bela Nerine sarniensis (L.) Herb. = Amaryllis sarniensis L. (Amaryllidaceae);
A n.º 2 é a exótica já naturalizada em Lu Epilobium brachycarpum C. Presl (Onagraceae).
Agradecemos as sugestões identificativas já recebidas! Quaisquer outras serão naturalmente bem-vindas!
Fotos em Coimbra, alt. c. 100-140 m, 16/17.X.2013.
domingo, 13 de outubro de 2013
Maus investimentos (Castanea sativa)
A primavera foi chuvosa e os castanheiros investiram em força na produção de flor. Não me lembro de um ano com tantos ouriços.
O castanheiro gosta de verões quentes com trovoadas abundantes em chuva lá para o final de Agosto, início de Setembro (trovoada no início de Agosto trás bicho). Desta vez o tempo de verão prolongou-se até à entrada do Outono e as trovoadas chegaram tarde, na última semana de Setembro. À espera da chuva as árvores ainda atrasaram o ciclo reprodutivo cerca de uma semana em relação ao ano passado.
Nas variedades mais tardias, por exemplo na 'Longal', pode ser que a coisa ainda se componha. Os ouriços das cultivares mais precoces estão cheios de castanhas abortadas (fulecras), rachadas ou de baixo calibre.
Os mecanismos de ajustamento da produção de semente (investimento reprodutivo) à variabilidade ambiental nem sempre funcionam: a seleção natural não dá conta de tudo. Este ano os investimentos do castanheiro correram mal. Acontece o mesmo a muitos outros seres vivos.
sábado, 12 de outubro de 2013
Welwitschia mirabilis Hook. f. (Welwitschiaceae)
Ainda aqui não tínhamos postado esta extraordária beldade
africana, endémica das zonas áridas de Angola e da Namíbia: Welwitschia
mirabilis Hook. f. (Welwitschiaceae).
É uma planta de difícil cultivo, que já foi em tempos
cultivada no Jardim Botânico de Coimbra e que pudemos fotografar numa das
estufas (repleta de Cactáceas e outras plantas suculentas) do excelente Jardim
Botânico de Palermo, em 11.IX.2013.
Etiquetas:
Gimnospérmicas,
Plantas cultivadas,
Vegetação desértica,
Welwitschiaceae
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Tipos e dinâmica de pastagens em montados de sobro e azinho: um resumo.
Os montados constituem-se de um estrato monoespecífico de árvores que foi herdado de uma floresta densa pré-existente de sobreiro ou azinheira. A partir do bosque cerrado original, foram eliminados, através do fogo e meios mecânicos, outras árvores (por ex. carvalhos, catapereiros, zambujeiros), assim como os estratos arbustivo, herbáceo e lianóide. Em seguida, o sistema foi conduzido para um estádio metaestável da sucessão ecológica dominada por uma pastagem permanente cuja origem e persistência é mantida pela pressão de pastoreio ovino. As pastagens sob coberto em montados são frequentemente intercaladas num ciclo de rotação de cereais longo e de baixa perturbação do solo. Em sistemas pastoris pré-industriais estas pastagens eram utilizadas por grandes rebanhos transumantes desde as primeiras chuvas outonais até meados de Abril ou Maio. No início do século XX, o período de pousio permitindo o desenvolvimento de pastagens variou entre dois a dez ou mais anos, de acordo com a fertilidade da terra, a sua acessibilidade, sistema de preços e a racionalidade económica do proprietário.
As
pastagens do sistema de agricultura de montado podem ser grosseiramente
classificadas em cinco tipos.
O
primeiro corresponde às ‘malhadas’ de Poa bulbosa e trevo-subterrâneo (Trifolium
subterraneum). Tratam-sede pastagens vivazes que dependem de um pousio
longo sem mobilização do solo e pastoreio persistente de ovinos. Têm dois
máximos de produtividade de biomassa, no Outono e depois na Primavera e podem
atingir 0.75 LU.ha-1. As pastagens melhoradas semeadas de
trevo-subterrâneo são uma boa maneira de reconstituir as malhadas, dependendo a
sua manutenção, apenas de um mínimo de fertilização fosfatada, podendo, neste
caso, duplicar a sua produtividade. As misturas usadas podem conter outras
espécies de trevos e outras leguminosas. Estas pastagens são destruídas pelas
mobilizações, mesmo por gradagem ligeira, sub- , sobrepastoreio ou pastoreio
com bovinos.
Um
segundo tipo de pastagem vivaz ocorrente nos montados tem uma fenologia tardia
e é composta de combinações de Agrostis castellana/Festuca
ampla, dependente de pastoreio, adaptada a depressões ligeiramente húmidas
e é mais frequente em áreas de clima continental (com maior período de geadas).
Pode garantir o alimento de gado durante os meses de Verão.
O
terceiro tipo desenvolve-se em solos pobres ou erodidos, apenas durante a
Primavera e é constituída por plantas anuais de pequena biomassa que secam
rapidamente no final desta estação ou princípio do Verão. Têm uma grande
extensão na área de montado e constituem pastagens pobres que suportam
encabeçamentos muito baixos. Exemplos de plantas dominantes são: Anthyllis lotoides, Brachypodium distachyon, Coronilla repanda, Trifolium angustifolium, T. boconnei, T. cherleri, Plantago belardii, Tuberaria guttata, Ornithopus compressus, O. pinnatus, e Vulpia sp. pl. As pastagens anuais
efémeras, de pequena biomassa, não dependem do pastoreio e resultam das
lavouras e desmontas de mato após a lixiviação do azoto numa única estação de
chuvas.
O
quarto tipo é atualmente o tipo de pastagem mais comum e tratam-se de
comunidades herbáceas anuais dependentes da presença de azoto. São, de facto, comunidades
de ‘infestantes’ que beneficiam do azoto resultante da mineralização da matéria
orgânica originada pela mobilização, daquele remanescente da fertilização das
culturas em rotação ou das forragens introduzidas no sistema para alimentação
do gado. As espécies mais comuns são grâmineas: Bromus tectorum, B. rigidus, B. matritensis, Holcus anuus, Stipa capensis e Vulpia alopecurus, que formam arrelvados relativamente densos e altos, mas de baixa
palatibilidade e valor alimentar.
Um
quinto e último tipo corresponde a arrelvados de pequenas plantas anuais próprias
de locais húmidos no Inverno e Primavera ou em depressões de solos arenosos com
acumulação temporária de água e freatismo acentuado. São comunidades de pequenos
juncos e da gramínea Chaetopogon fasciculatus. Têm um
valor pastoral marginal.
Com as políticas
artificiais de preços dos cereais do final do século XIX e princípios do século
XX e a introdução da mecanização agrícola, as pastagens vivazes de malhadas (Poa bulbosa/ Trifolium subterraneum) e
de Agrostis castellana/Festuca ampla sofreram
uma forte regressão. Sucedeu a substituição do pastoreio ovino pelas rotações
cerealíferas curtas. O terceiro tipo subnitrófilo de pastagens banalizou-se
consequentemente. Para tal contribuiu também o fim da transumância nos anos 60
do século XX. As Políticas Agrícolas Comuns de redução da área de cereal desde
1985 resultaram, por seu turno, numa intensificação da produção de gado bovino
com recurso a forragem e ração com
origem externa ao sistema. Estes fatores têm tido um forte impacto na extensão
e qualidade das pastagens através da degradação da estrutura do solo com
aumento da dominância de plantas não palatáveis indesejáveis: as adaptadas á
compactação (diabelha – Plantago coronopus), à nitrofilia (cardos,
Chenopodium sp. pl.), ao encharcamento
temporário (Juncus sp. pl.) e
profusão de gramíneas sem valor pastoral: Stipa
capensis, Vulpia sp. pl. E Brachypodium distachyon. Tratam-se de
quatro décadas de forte diminuição da superfície de pastagens de montado com
real valor económico e ecológico. Torna-se pois urgente uma política racional e
de base científica para a recuperação do potencial produtivo das pastagens em
montados.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Marchantia polymorpha L. (Marchantiaceae), com Salix atrocinerea Brot. (Salicaceae) e Nostoc aff. commune (Nostocaceae)
Para comemorarmos devidamente o actual Outono até agora bem chuvoso, aqui ficam alguns vegetais verdes que apreciam uma boa humidade:
Marchantia polymorpha L. (Marchantiaceae), com Salix atrocinerea Brot. (Salicaceae) e ainda a bela cianobactéria Nostoc aff. commune (Nostocaceae), na foto do meio. Um pequeno exemplar de Salix atrocinerea (supomos ser esta espécie de salgueiro muito comum em Lu, como planta ruderal de sítios pelo menos periodicamente encharcados) está bem visível na última foto. São todas plantas que gostam muito de água e de locais encharcados. Fotos obtidas em Coimbra, X.2013.
Subscrever:
Mensagens (Atom)