Duas espécies de Pittosporum são amplamente cultivadas nos nossos jardins: o P. undulatum e o P. tobira. O primeiro tem origem australiana, o segundo é indígena do Japão e China. Ambas espécies têm um porte arbustivo, por vezes arbóreo, e uma copa sempreverde, densa e brilhante, de grande valor ornamental, com proveito para construir sebes altas. O P. undulatum tem folhas de margens onduladas, e o P. tobira folhas espatuladas. As flores são grandes, esbranquiçadas, com o mesmo número de sépalas, pétalas e estames. No P. tobira exalam uma agradável fragrância citrina. Os frutos são verdes e depois amarelos e laranjas em P. undulatum, ou castanhados em P. tobira. As sementes apresentam uma cobertura carnuda e resinosa apetecida pelas aves, que sobresai, pela cor, na deiscência do fruto. O P. undulatum é uma das mais destrutivas invasoras dos Açores. Para além do velho argumento tautológico de que as ilhas têm nichos vagos e que por isso são permeáveis a fenómenos de invasão, parece claro que o P. undulatum se dispersou rapidamente nos Açores com a ajuda do pombo-torcaz, uma ave endémica do arquipélago, e que o uso de fertilizantes incrementou o poder competitivo da planta, já de si elevado. O P. undulatum é uma planta pioneira de solos eutróficos que não teria a gravidade que tem não fora o uso maciço de fertilizantes nas pastagens açoreanas. Depois prefere solos ácidos e húmidos, que nos Açores não faltam. Para cúmulo as sementes germinam sem tratamento.
A constatação da agressividade desta planta, na região conhecida por incenso, nas encostas vizinha à Fajã de Santo Cristo, na formosíssima Ilha de S. Jorge, foi uma das experiências botânicas que mais me impressionaram nos Açores:
Parabéns..Aqui no estado de santa catarina ,BRASIL,somos originários de colonizadores açorianos
ResponderEliminarFeliz ano novo,,KELI
Contaram-me que a influência dos Açores no seu Estado se expressa, por exemplo, no culto do Espírito-Santo, construção frásica e na utilização da segunda pessoa do singular. Quando puder, visite os Açores que vale a pena. Obrigado, pelas suas palavras, Keli.
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