Ainda aqui não tinha sido postada a bela Tetragonia tetragonoides (Pall.) Kuntze (Aizoaceae), uma erva cultivada e subespontânea em Portugal, que se poderá eventualmente, com os devidos cuidados (convém a propósito deste assunto consultar o precioso esclarecimento do ilustre botânico CA, que se pode encontrar no quarto comentário, mais abaixo!), colocar na sopa.
"Aizoaceae Tetragonia tetragonoides ( Pall. ) Kuntze
Agradecemos a identificação desta bela planta, a que muita gente chama simplesmente "espinafre", ao ilustre botânico Tiago Monteiro Henriques!
ResponderEliminarEsta curiosa erva comestível poderá talvez chamar-se "espinafre austral", "espinafre da Austrália", "espinafre da Nova Zelândia", "espinafre da Oceânia" ou "espinafre do Hemisfério Sul"!
Pois ... eu ía perguntar se esta planta não seria os espinafres do Popeye!!
ResponderEliminarBom fim de semana!!
Os espinafres do Popeye? - realmente não sei, mas duvido bastante!...
ResponderEliminarBom fim de semana!!
Os espinafres-verdadeiros, os legítimos, os do Popeye, correspondem à Spinacia oleracea (Amaranthaceae).
ResponderEliminarEsta planta nunca entrou no goto dos portugueses. Por outro lado, os nossos citadinos, e, ao contrário do que muita gente pensa, os nossos rurais, não são lá muito bons a distinguir as plantas, sejam elas bravias ou cultivadas. Por isso, nos últimos anos, assistiu-se a uma mudança do conceito de espinafre. Aqui, no Nordestes de Trás-os-Montes, toda a gente chama espinafre à tetragónia, e poucos se recordam do espinafre-verdadeiro.
Vale a pena referir que a tetragónia gosta de solos particularmente conspurcados com excrementos animais e águas sujas, e que os seus pecíolos e caules estão cheios de nitritos (lavem bem as plantas e consumam apenas os limbos das folhas). Eu só as como quando sei de onde vêm.
Olá Carlos!
ResponderEliminarObrigado pelo teu precioso comentário!!
Pois, "assistiu-se a uma mudança do conceito de espinafre", o que não é grande coisa...
Ainda bem que fizeste luz sobre o problema! Também por aqui "toda a gente chama espinafre à tetragónia", o que levou à minha confusão, pois já não me recordo do espinafre verdadeiro...
Graças ao teu esclarecimento, já não comerei desta planta, que a princípio pensei, ingenuamente, tratar-se do legítimo espinafre, pois o aspecto da suculenta Tetragónia não se afasta demasiado da aparência das nossas belas Chenopodiaceas litorais...
Abraço,
ZG
Muito interessante. Tal como o Carlos, também eu conto frequentemente essa história de como as pessoas deixaram de distinguir o espinafre-europeu e passaram a usar o espinafre-da-Nova-Zelândia. Uma trivialidade popular atribui a relação do espinafre-europeu com o Popeye a um erro tipográfico nas casas decimais da quantidade de ferro desta planta. Apesar do seu valor como planta comestível, o espinafre-da Nova-Zelândia era pouco usado pelos maoris aquando da chegada dos europeus. Um das fontes preferenciais de hidratos de carbono dos maoris era a Cordyline australis, árvore que nós chamamos piteira ou fiteira, muito usada no Minho para amarrar a vinha e fazer cabos de cebolas. Uma das características interessantes do espinafre-da-Nova-Zelândia é que tal como a couve, é uma halonitrófila que cresce em zonas do litoral onde existe deposição se sal e nitratos resultantes na maioria das vezes de excrementos de aves.
ResponderEliminarA substituição do espinafre pelo espinafre-da-Nova-Zelândia é como a da nespereira pela nespereira-do-Japão; mas, neste caso, a planta original sumiu-se!!!
ResponderEliminarAcerca deste assunto versa o único post sério que me dei ao trabalho de fazer no meu blog de "coisas de gajas": http://macaquinho-do-chines.blogspot.pt/2012/03/mespilus-germanica-nespereira-esquecida.html.
Sandra.
Muito obrigado pelo comentário tempestivo, ilustre Sandra - e parabéns pelo blog notável!!
ResponderEliminarZG