quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Espiguetas dobradas em T. aestivum (Poaceae) «trigo-mole»

Há uns meses atrás, enquanto aguardava pelo menu do almoço num restaurante de Vimioso, dei por mim a desfazer distraidamente as espigas de trigo-mole (Triticum aestivum) do arranjo floral que decorava o centro da mesa. No meio de uma animada conversa com um amigo reparei, subitamente, que a espiga que tinha em mãos era distinta de todas as que tinha alguma vez observado (desfeito). Apresentava uma característica invulgar: espiguetas dobradas, i.e. nós com duas espiguetas. O fenómeno está descrito na bibliografia e pode, inclusivamente, ser frequente em alguns trigos; nos trigos cultivados em Trás-os-Montes nunca vi tal coisa. Sem que o dono reparasse surripiei a espiga e tirei-lhe umas fotos em casa. Aqui estão elas devidamente legendadas:

1ª foto) Espiga de espiguetas de T. aestivum; n.b. as espiguetas foram retiradas dos nós inferior. 2ª foto) Espiga de espiguetas de T. aestivum; n.b. inserção alterna das espiguetas na espiga e presença de nós com duas espiguetas (espiguetas dobradas). 3ª foto) Flor destacada de uma espigueta [fotos C. Aguiar]

4 comentários:

  1. Consegues tirar umas fotos de pormenor ao ráquis, nomeadamente ao nó de inserção das espiguetas? Seria interessante perceber quais as consequências morfológicas a esse nível para, futuramente, tentar identificar essas características em material antigo, arqueobotânico.

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  2. João, não me lembrei de fotografar o ráquis e estraguei a espiga, lamento. É o que dá a fata de experiência em arqueobotânica :(

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  3. Já agora, quem tiver interesse em explorar a morfologia das gramíneas tem neste endereço uma excelente introdução: http://www.aloj.us.es/carromzar/Flodhis_2008/modulo6/fdh600.html. O autor é um dos mais reputados agrostologistas ibéricos. Experimentem fazê-lo com uma gramínea na mão.

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  4. Jorge Capelo likes this. Espetacular o site do Romero Zarco!
    Abraço.

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