quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Cladoptose I

Nas plantas a produção de ramos e folhas e a expansão da copa para capturar luz é uma inevitabilidade: parar de crescer é morrer, literalmente. Nas plantas lenhosas a acumulação de ramos em grande número aumenta os gastos energéticos (as células vivas consomem energia), a resistência à deslocação das seivas, o risco de ensobramento e de lesões mecânicas nas folhas, e o risco de ruptura de ramos e pernadas por efeito do peso ou da acção mecânica do vento. Por conseguinte, a rejeição dos ramos em excesso na copa e a aquisição evolutiva de mecanismos para o efeito são potencialmente vantajosos.
Ramos de Platanus orientalis arrancados numa tarde de temporal. 

A libertação controlada - por iniciativa da árvore - de ramos chama-se cladoptose. Esta expulsão, facilitada ou não pelo vento, envolve a formação de zonas de abcisão, à semelhança do que acontece com as folhas, flores abortadas, frutos maduros ou sementes.
O peso e o vento forçam também a queda passiva dos ramos em excesso, seleccionando, preferencialmente, ramos ensombrados, doentes ou mal inseridos (os ramos cruzados e sobrepostos são mais resistentes à força do vento e, por isso, passíveis de serem arrastados pelos filetes de ar). As árvores servem-se do vento para limpar (podar) as suas copas. As ventanias e os temporais afinal podem ter um papel importante na saúde das árvores!

1 comentário:

  1. Muito interessante, este post! É sempre bom aprender coisas novas sobre as árvores!

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