Chega de Eryngium! Encerro esta série de posts com o conhecido E. maritimum, espécie comum em dunas embrionárias, primárias e secundárias, de norte a sul do país:
Eryngium maritimum (Apiaceae) «cardo-marítimo» [Lourinhã, Praia da Areia Branca]
... e com o E. pandanifolium, uma infestante alóctone dos nossos arrozais (e.g. vales do Mondego, Sado e Tejo), indígena do Brasil e Argentina:
Eryngium pandanifolium (Apiaceae). N.b. cada uma das "bolinhas" da inflorescência é, na realidade, um capítulo de flores; o E. pandanifolium é um helófito (= planta anfíbia), i.e. embora viva em zonas húmidas, a maior parte dos seus orgãos aéreos (folhas, caules e flores) emergem acima da água [Paris, Jardin des Plantes]
Impressiona como um género moderadamente diverso (ca. 250 espécies) inclui plantas de ecologia tão diversa (e.g. águas livres pouco profundas, solos temporariamente encharcados, margens secas de caminhos, comunidades efémeras de plantas anuais não nitrófilas e dunas)!
[fotos C. Aguiar]
Então, e o azulinho todo giro que está nas falésias, não tem direito a um post ?
ResponderEliminarTive conhecimento deste blog através do programa Biosfera, e....adorei, parabéns por este projecto!
ResponderEliminarIntressante saber sobre mais esta sul americana, via exterior. Pergunta talvez difícil, mas tem idéia de como estes caraguatás ou gravatás, como são chamados aqui foram introduzidas, águas de lastro, pois são dos banhados do sul, ou como ornamental?
ResponderEliminarOlá Lúcia. O E. pandanifolium, o «piteirão», como é conhecido em Portugal, foi, muito provavelmente, introduzido como planta ornamental. Assim o diz a Elizabete Marchante e co-autores aqui: http://www1.ci.uc.pt/invasoras/files/2piteirao.pdf.
ResponderEliminarO E. pandanifolium não é a única planta aquática ou anfíbia sul-americanas com comportamento invasor em Portugal. Por exemplo, o Myriophyllum aquaticum (= M. brasiliense) e a Eichhornia crassipes são duas outras plantas indígenas do Brasil, temíveis deste lado do Atlântico.
Acerca do Eryngium pandanifolium:
ResponderEliminarPara além da BL, será q tb existe na E e no BAl?
É bem possível...
zg
Caro anónimo das 4:50, está certamente a referir-se ao E. dilatatum, uma planta frequente nas plataformas margosas e calcárias, vizinhas das arribas litorais, do Centro e Sul do país. Lembro-me de o ter fotografado perto da Ericeira mas não consigo encontrar as fotos! Lamento.
ResponderEliminarObrigado pelo E.dilatatum.
ResponderEliminarE parabéns pelo blog; em cada episódio sucedem acontecimentos novos, é melhor do que um romance de A.Dumas!
Carlos, olá
ResponderEliminarComo você deve saber, o país tem 5 regiões e domínios paisagísticos diferentes, assim às vezes a espécie vem de outro domínio e tem comportamento de invasora aqui mesmo no Brasil.
O aguapé por exemplo, parece ser originário dos rios da Amazônia, grandes rios, mas aqui no lago Paranoá, a espécie tem o mesmo comportamento de invasora, precisa de retirada permanente...
O E. pandanifolium e o Myriophyllum brasiliense têm ocorrência natural em ecossistemas do Cerrado, vou procurar saber o comportamento aqui.
Obrigada, tambem estou apreciando os episódios que se sucedem !
Abs.