Costumo, logo na primeira aula teórica da disciplina de botânica que lecciono na minha escola, mostrar três desenhos, de três espécies indígenas de Portugal, extraídos da maravilhosa "Flore Complète Illustrée de France, Suisse et Belgique", de Gaston Bonnier:
Daucus carota (Apiaceae)
Eryngium campestre (Apiaceae)
Carlina vulgaris (Asteraceae)
Depois pergunto: qual a espécie evolutivamente mais próxima de Eryngium campestre? Geralmente, o srs. alunos defendem que Eryngium é um parente mais próximo de Carlina, do que de Daucus, porque ambas as espécies são espinhosas. Diz o o inverso - que Eryngium é evolutivamente mais próximo de Daucus - algum repetente, ou o aluno mais avisado que percebe que a pergunta se destina a explorar os conceitos de analogia e homologia .
Os livros escolares do 3º ciclo, ou do secundário, bem podiam divulgar exemplos de convergência evolutiva (ver conceito aqui) no reino das Plantas. É tempo de substituir o eterno exemplo das asas do morcego e da ave.
Para além de o Eryngium campestre e a Carlina serem ambas espinhosas, têm outra coisa em comum: ambas possuem inflorescência em capítulo!!
ResponderEliminarzg