Primeiro a Bellis perennis (Asteraceae), a conhecida margarida, em floração deste o início de Abril, e que persistirá até ser abafada pelas gramíneas. A B. perennis distingue-se facilmente de outras compostas arrosetadas (com folhas concentradas na superfície do solo) pelas suas lígulas brancas, muito estreitas, frequentemente tintas de vermelho.
Como choveu muito, este ano é invulgarmente frequente nas partes mais altas e secas dos lameiros a Moenchia erecta (Caryophyllaceae), uma pequena e frágil planta com uma marcada preferência por solos temporariamente encharcados. Ao contrário da grande maioria das cariofiláceas a M. erecta tem geralmente 4 sépalas e 4 pétalas. As sépalas debruadas de branco são também inconfundíveis.
Em breve tentarei explicar por que razão os lameiros não são uma comunidade, mas sim um intrincado complexo de vegetação pratense, frequentemente enriquecido com vários tipos de vegetação nitrófila, semiterrestre (= anfíbia) e aquática. A planta que se segue, o Lepidium heterophyllum (Brassicaceae), é um conhecido indicador das versões mais secas dos chamados lameiros de regadio, a comunidade vegetal mais produtiva destes complexos de vegetação. Esta pequena crucífera perene coloniza ainda com facilidade margens de caminhos e taludes algo húmidos.
Nas valas e canais iluminados pelo sol, com águas permanentes lentas mas não estancadas, está em flor o Ranunculus peltatus (Ranunculaceae):
A revisão do José Pizarro (ver aqui) tem desenhos e chaves dicotómicas muito úteis para identificar os Ranunculus aquáticos (Ranunculus subgénero Batrachium) portugueses.
Bela e comum, a Moenchia erecta!
ResponderEliminarSó vi Lepidium heterophyllum uma vez aqui por baixo, e crescia num afloramento altaneiro de basalto, nas suas fendas e no sopé da rocha, virado ao vento. Nada mais.
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