sábado, 23 de outubro de 2010

Psilurus incurvus e Taeniatherum caput-medusae (Poaceae)

Mesmo secas, em pleno Verão, as plantas não deixam de apelar à atenção do naturalista que gosta de botânica. Aqui, em Trás-os-Montes, é impossível não reparar nos cadáveres de duas interessantes gramíneas (= poáceas) anuais:

Psilurus incurvus (Poaceae). N.b. inflorescências filiformes, encaracoladas, que se fragmentam ao toque. Procurem-na nas orlas de esteval ou nos caminhos mais secos, mais pobres em nutrientes e expostos ao sol

Taeniatherum caput-medusae (Poaceae) «cabeça-de-medusa». Esta planta, embora xerófila, pede solos mais ricos em nutrientes do que a anterior. Uma análise cuidada da sua morfologia permite perceber que se trata de um parente próximo das cevadas (gén. Hordeum)

Começou a estação das chuvas. As plantas anuais secas que escaparam incólumes ao pisoteio ou ao dente animal, à máquina agrícola ou ao efeito do vento estarão mineralizadas, incorporadas na matéria orgânica do solo ou serão consumidas por mamíferos herbívoros até à próxima estação seca. As primeiras chuvas outonais marcam, simultaneamente, o início do ciclo de vida e da decomposição do corpo da maioria das plantas anuais que povoam os nossos montes.

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