sábado, 4 de julho de 2009

Ranunculus bupleuroides (Ranunculaceae)

Ranunculus bupleuroides numa pequena clareira de um talude de estrada [foto C. Aguiar]

Uma foto de R. bupleuroides um quase-endemismo (está citado para o sul da Galiza) do NW de Portugal, descrito em 1804 por Felix Avellar Brotero na sua Flora Lusitanica.
Esta espécie tem por habitat pinhais abertos, urzais-tojais secos, taludes e plataformas rochosas com uma pequena camada de terra.
Caracteres diagnóstico (no âmbito do género Ranunculus): planta perene de toiça robusta e folhas inteiras; folhas da base ovadas ou elípticas.

10 comentários:

  1. Mais um belíssimo endemismo!!

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  2. O autor do Blogue classifica de "quase endemismo", o comentador já vai em "endemismo" e belíssimo.
    Segundo se sabe, é a caractarística de " área restrita" que define o endemismo.

    Ora, para os ambientalistas isto tem muito significado e pode levar a restrições no exercício do direito de propriedade se puser em causa a sobrevivência de uma planta que, noutra parte do mundo já não existe.
    Ou não será?

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  3. É um endemismo ibérico, que se encontra em 5 provincias portuguesas (BA BL DL Mi TM) e 2 galegas (Or e Po), de acordo com a Flora iberica (I: 317).

    zg

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  4. Ao comentador anónimo das 3:56:

    À Sistemática Vegetal exige-se rigor e parcimónia: devem evitar-se os excessos na definição de novos táxones. E ao Direito Civil, não se lhe deve exigir igual contenção quanto à definição de Direitos de Propriedade? Acaso será legítimo conceder ao proprietário de um terreno onde ocorre um bem de interesse público (seja uma espécie biológica, seja um recurso mineral, seja um património arqueológico) a potestade de o destruir? Ou de fazer desse valor público refém dos seus interesses privados, exigindo um ror de rendas económicas sob o pretexto de "subsídios às medidas agro-ambientais"?

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  5. Endémico significa “com origem em” ou “proveniente de” (Vd. Diccionario de Botânica, de P. Font Quer). O adjectivo "endémico" pode, também, ser substituído com propriedade por "autóctone de" ou “natural de”.
    Uma planta pode ser autóctone, endémica, de um pequeno território, das Berlengas por exemplo, como o Echium rosulatum subsp. davaei, da metade ocidental da Bacia do Mediterrânico, como a família Aphyllanthaceae, ou do hemisfério Norte, como os Pinus. A escala espacial é irrelevante na aplicação do termo endémico.
    O conceito de quase-endemismo é autoevidente. Um quase-endemismo de um dado território tem populações que o extravasam. As Cactaceae são quase-endémicas das Américas porque o género Rhipsalis estende-se ao sul de África, Madagáscar e Ceilão. Os quase-endemismos não deixam de ser endemismos. O R. bupleuroides é um endemismo ibérico, quase-endémico de Portugal continental.

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  6. Aliás, como é evidente, todas as espécies (não só vegetais) são endémicas, pelo menos a nível planetário...

    um abraço,
    zg

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  7. 'Endemismo' é sempre um termo relativo a qualquer território político ou biogeográfico. Deve ser sempre indicado a circunscrição geográfica a que se refere, sob pena de vagueza. Se para as políticas de conservação 'endemismo português' é uma indicação relevante, não tem, no entanto, qualquer significado biológico e biogeográfico. A menos que a eco-região ou unidade tipológica que o contém totalmente também se inclua na totalidade no território português. Obviamente, que o Carlos se referia ao território português continental, parece-me.

    N.B. R. bupleuroides existe no Baixo Alentejo. Pelo menos nas cabeceiras do Rio Mira, na Serra da Brejeira (S.Teotónio, Odemira, em bolsas terrosas com urzais de Erica umbellata var. major e Stauracanthus boivinii, sobre xistos. A informação corógica da Fl.Iberica está em falta com esta citação provincial.

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  8. Eu não posso pintar o prédio onde habito de verde-alface às bolas laranja-fluorescentes por razões de coerência da paisagem urbana,cuja fruição é colectiva. E o prédio é meu(em parte).

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  9. Ranunculus bupleuroides em S. Teotónio? Que brutal!!

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  10. Sim. Foi há já uns anos valentes (uns 18) que colhi, Miguel. Abraço.

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