quarta-feira, 15 de julho de 2009

Serra de Montesinho vrs. Serra de Nogueira II

O Abade de Baçal, o mais conhecido erudito bragançano, para explicar a abundância de árvores e bosques na Serra de Nogueira e em outras áreas geograficamente próximas, propõe nas suas "Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança" (Alves, 1909-1918) a seguinte hipótese (vd. este post):

“Numa larga facha de terrenos de mais de vinte quilómetros de comprimento e passante de cinco de largura, que, do ponto central de Castro de Avelãs, onde existiu o famoso mosteiro Beneditino, se estende às povoações de Oleirinhos, ..., Castro de Avelãs, Gostei, ..., Nogueira, Rebordãos, ... e Pinela, deixou o frade essa famosa mata de castanheiros bravos e enxertos que ainda hoje faz a riqueza da terra, a par de outras de carvalhos, também valiosas”; “nas mesmas condições está a mata de castanheiros-enxertos, entremeada de carvalhos, que se estende desde Vinhais por rio de Fornos, ... e Soutelo, com ramificações em Paçó, ... e Mofreita, tudo no concelho de Vinhais”; “Idem, idem a de Parâmio, ... e Ozeive ...”; “Verdadeiramente, não temos elementos para mostrar, embora existam muitos, que todas estas matas são obra de frade; no entanto é mui provável conjuntura ...”.

Mais uma imagem dos carvalhais de Q. pyrenaica da Serra de Nogueira [foto C. Aguiar]

2 comentários:

  1. Obra de frade? Parece-me mais provável ser obra da Natureza!!

    zg

    ResponderEliminar
  2. “Verdadeiramente, não temos elementos para mostrar, embora existam muitos, que todas estas matas são obra de frade; no entanto é mui provável conjuntura ...”.

    Curioso, este texto!!

    Holco mollis-Quercetum pyrenaicae ser "obra de frade" é uma ideia curiosa...

    zg

    ResponderEliminar