terça-feira, 14 de abril de 2009

Condenadas a crescer

Ao contrário dos animais, as árvores, assim como a maioria das plantas lenhosas, têm um crescimento indeterminado: crescem até morrer, com interrupções nos períodos desfavoráveis, demasiado frios ou demasiado secos. Porquê? Duas explicações.
As peças que compõem o corpo das árvores têm que ser ciclicamente substituídas. Os feixes vasculares cavitam ou entopem, o sistema fotossintético degrada-se pela acção da luz, os herbívoros comem as folhas, as brocas perfuram os caules, os fungos (bem, nem todos serão fungos, às Phythophtora nem sei o que lhes hei-de chamar! algas sem clorofila?) aniquilam as raízes e o vento quebra os ramos e rompe as folhas. Por outro lado, as plantas são uma espécie de "construção lego", de poucas peças (e.g. um entre-nó com uma, ou mais, folhas a axilar um meristema), impossíveis de reparar (a parede celulósica não é desmontável), reiteradas de vastas formas no espaço e no tempo.
Quanto se esgotam os recursos os animais deslocam-se, mudam de lugar. E as plantas? Que opções tem uma árvore quando uma vizinha a ameaça com a sua sombra ou os nutrientes e água escasseiam, e se esgotam? A solução é alongar e ramificar os ramos e as raízes ... e perseguir os recursos. Mudar de lugar, para as árvores, chama-se crescer.


Pinus halpensis (Pinaceae) [foto C. Aguiar]

Sem comentários:

Enviar um comentário