Fazendo fé nas etiquetas do herbário PO (Faculdade de Ciências do Porto) o Prof. Gonçalo Sampaio colheu plantas na região de Bragança entre 1903-1909. Numa das suas excursões pela região encontrou na Serra de Nogueira, uma fabulosa serra (um dia destes explicarei o porquê) situada a menos de 10 km a WSW de Bragança, uma Potentilla invulgar hoje conhecida por Potentilla neumanniana. 50 anos mais tarde, nos anos 60 do séc. XX, o Engº Pinto da Silva tentou em vão reencontrar a mesma planta. De facto é preciso ter sorte para "tropeçar" na P. neumanniana nas clareiras de carvalhal mais abertas e livres da competição de gramíneas, porque o seu período de floração é muito curto e precoce.
Como podem confirmar na fotografia em anexo os relvados da Escola Superior Agrária de Bragança cobrem-se de P. neumanniana na segunda-terceira semana de Março. Suponho que esta seja a população mais numerosa da espécie em Portugal. Mas não é a única planta rara nestes relvados adubados, regados e aparados com corta-relva. No início de Março, bem encostadinha aos lancis de granito, floresce a Viola suavis (Violaceae).
A que se deve esta invulgar combinação florística de Lolium perenne, Trifolium repens e espécies RELAP? A explicação é simples. Em Bragança quem precisa de "terra vegetal" pega numa pá e parte numa carrinha de caixa aberta para Serra de Nogueira. Fica mais barato do que a turfa e a terra tem mais nutrientes.
Peço desculpa pela ignorância, mas o que é que são "espécies RELAP"?
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