segunda-feira, 23 de março de 2009
Mata de Albergaria, Gerês
Mata de Albergaria, Gerês (foto: Ricardo Trindade, 2005, tirada deste site).
'E isto o que será? Que coisa do arco-da-velha!' - disse-me o Carlos. Nenhum dos dois sabia e tirámos do saco a Nova Flora de Portugal de J. A. Franco. Isto foi há quase vinte anos na Mata de Albergaria, no Gerês e a planta era Eryngium duriaei Gay ex Boiss. subsp. juresianum (M. Laínz) M. Laínz. (Assim á distância de vinte anos até me parece um bocado anedótico...). Estávamos na Mata de Albergaria,no Gerês: uma mata bem conservada e certamente análoga a um dos tipos possíveis de bosque pristino de Quercus robur, se ainda existir algum ; que é aliás, uma reserva integral. Por entre o sub-bosque de Vaccinium myrtillus, Dryopteris affinis, Hypericum androsaemum e muitas outras coisas, lá fomos subindo e fazendo os nossos inventários, enterrando-nos em musgo até aos joelhos e tropeçando em troncos caídos. Esta verdadeira joia da floresta espontânea nortenha tem sido muito estudada, sendo os primeiros inventários fitossociológicos publicados os do engenheiro silvicultor Renato Dantas Barreto, em 1958.
Como guardo com muito apreço estas memórias e pelo elevado valor de conservação que tem, saber que enquanto escrevo este post lavra um incêndio que ameaça a Mata traz-me o coração apertado.
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