sábado, 2 de janeiro de 2010

Prados-juncais do Estuário do Rio Cávado I

O Estuário do Rio Cávado (Concelho de Esposende) no dia 1 de Janeiro de 2010:


Os prados-juncais de Juncus acutus (Juncaceae) e Festuca rubra subsp. littoralis (Poaceae) dominam a vegetação do sapal deste estuário, e de todos os sapais dos estuários temperados de Portugal Continental. Para saber mais clicar sobre estes Habitats Natura 2000 clicar aqui [1130 Estuários], e aqui [1330 Prados salgados atlânticos (Glauco-Puccinellietalia maritimae]).


Prado-juncal no Estuário do Rio Cávado. N.b. manto de Festuca rubra subsp. littoralis (Poaceae) e, um pouco mais atrás, tufos de Juncus acutus (Juncaceae); num passado recente acumulava-se menos biomassa de Festuca porque estes prados eram intensamente pastoreados por vacas.

A Armeria maritima (Plumbaginaceae) encontra o seu óptimo ecológico nos prados-juncais. Algumas plantas desta espécie estão já em flor:




A Primavera aproxima-se ;-)

5 comentários:

  1. Trata-se mesmo da Armeria maritima? Neste caso deve ser uma das localidades espontâneas mais a sul deste taxon.
    É uma bela planta para começar o ano.

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  2. Ou A. pubigera, ou A. maritima (vd. escapo hírtulo na imagem). Não tinha lupa comigo mas as brácteas involucrais pareceram-me glabras, o critério mais simples e imediato para distinguir A. maritima de A. pubigera.

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  3. Na realidade os prados-juncais de Juncus acutus e Festuca rubra subsp. littoralis são exclusivos do Cávado e do Douro nas zonas temperadas de Portugal continental. O Juncus maritimus domina os restantes sapais porque prolifera bem em solos limosos com sedimentos finos e fraca drenagem. O Juncus acutus é uma planta mais caracteristica de depressões dunares, aparecendo em sapais quando estes possuem uma grande deposição de elementos mais grosseiros que favorecem a drenagem. E é uma planta dominante nos sapais mediterrânicos, sendo substituido nos sapais do norte da europa com solos arenosos pelo Juncus gerardii. Curiosamente esta planta foi colectada unicamente no estuário do Douro, tendo provavelmente depararecido como resultado das alterações que os prados-juncais sofreram na zona de Gaia.

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  4. De acordo, Paulo. O texto do post está mal estruturado porque havia a intenção de referir a comunidade prado-juncal, per se, como aliás faz a ficha de habitats 1330. Importa referir, que nos recantos com sedimentos mais finos do estuário do Cávado se diferenciam pequenos trechos de prado-juncal com J. maritimus, de acordo com a lógica ecológica que acabas de explicitar.

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  5. Adorei este post porque este é um dos meus estuários favoritos. O estuário do Cávado é um estuário muito interessante e geologicamente mais recente que a maioria. Parece-me que os fenómenos de deposição de areias em estuários estão relacionados com a "idade" da foz do rio e com a velocidade da água. Se esta for suficiente alta consegue levar os sedimentos maiores praticamente até à parte terminal do rio. No caso do Douro e devido ao facto de a parte terminal do rio ser bastante recente em termos geológicos, a deposição só se faz com o abrandamento da água quando encontra a frente marítima,levando a que a areia se deposite toda na barra e consequentemente a que vegetação estuarina seja praticamente inexistente.

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