domingo, 14 de fevereiro de 2010

Antirrhinum portugueses (Plantaginaceae)

Continuamos então com as Antirrhineae.
Vargas et al. (J. Biogeogr., 36, 2009) publicaram no ano passado um artigo sobre a relações filogenéticas entre os Antirrhinum ibéricos.
O tratamento taxonómico seguido por estes autores é muito próximo do adoptado pelo revisor do género da Flora Iberica (J. Güemes, 2009, ver aqui). A única diferença reside no não reconhecimento do A. onubensis (vd. este post) por Vargas et al.

Um pequeno resumo das conclusões deste autores:
  • O género Antirrhinum tem uma distribuição mediterrânica
  • Reconhecem-se cerca de 25 espécies de Antirrhinum, concentradas no metade ocidental da bacia mediterrânica; por outras palavras, a Península Ibérica é um hotspot de diversidade do género

Distribuição espacial aproximada das espécies de Antirrhinum
(Vargas et al., 2009)
  • 6 espécies de Antirrhinum em Portugal - A. braun-blanquetii, A. cirrhigerum, A. graniticum, A. meonanthum, A. lopesianum e A. linkianum - às quais haveria ainda de somar o A. onubensis
  • Quase todas as espécies de Antirrhinum presentes em Portugal são endemismos ibéricos (excepto  A. cirrhigerum, vd. mapa)
  • O ancestral comum a todos os Antirrhinum datará do Pliocénico (ca. 5 - 2,5 milhões de anos antes do presente)
  • O género especiou essencialmente em ambientes montanhosos
  • A área de distribuição dos taxa de Antirrhinum flutuou ao sabor das alterações climáticas pleistocénicas
  • A história evolutiva do género Antirrhinum foi marcada por frequentes eventos de hibridação (e, por essa razão, J. Güemes não reconhece qualquer categoria taxonómica entre o género e a espécie)

Anthirrhinum graniticum (Plantaginaceae)

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