Linaria amethystea (Plantaginaceae), uma Linaria ibero-norte-africana, com uma ampla área de distribuição no Portugal mediterrânico, que se estende do Algarve ao NE de Trás-os-Montes.
Flores de corola personada de Linaria amethystea (Plantaginaceae). N.b. corola (conjunto das pétalas) simpétala (com as pétalas concrescentes num tubo, i.e. soldadas entre si num tubo) com dois lábios, o superior de duas pétalas (visíveis no topo da flor como se fossem dois penachos), o inferior constituído pela concrescência de três pétalas; garganta fechada por um palato, i.e. entrada no tubo da corola encerrada por uma saliência no lábio inferior; esporão corolino (pertencente à corola) alongado com uma recompensa em néctar
Esta delicada anual de floração precoce (a partir de Março) prefere solos com alguma argila, derivados de xistos ou rochas básicas. O fogo não a prejudica, bem pelo contrário, abre clareiras nos matos e elimina potenciais competidores. Numa posição ecológica semelhante, em solos mais ácidos, pobres em nutrientes e de textura mais grosseira, prospera uma outra espécie, a Linaria elegans.
Mais uma belíssima linária e duas óptimas fotos!
ResponderEliminarUma espécie muito polimórfica, diria, tão bela quanto polimórfica! Plantas do Algarve parecem ter caracteres consistentemente diferentes da subespécie típica; já as do Alentejo que conheço encaixam muito bem nesta subespécie. As plantas do Algarve em tudo são maiores.
ResponderEliminarA expressão "esporão corolino" é nova para mim, mas parece-me muitíssimo apropriada!
ResponderEliminarJoão, o adjectivo corolino tem uma entrada no glossário da Dr. Rosette Fernandes (http://www.uc.pt/herbario_digital/glossario/), mas tens razão, é pouco utilizado.
ResponderEliminarMiguel, a tua observação aplica-se a tantas plantas! É tão frequente encontrar no campo combinações consistentes de caracteres morfológicos com uma clara expressão espacial ou ecológica! Estas populações de morfologia desviante são, muitas vezes, espécies nascentes, ou tentativas falhadas de o serem. A nomenclatura lineana não as absorve, nem pode. As correlações ténues de caracteres (de herbário, diga-se), baseadas na conformação das plantas, ou politópicas escapam, assim, a uma formalização taxonómica. O uso de nomes arrasta consigo perdas brutais de informação. Por isso, é errado fundamentar a conservação em listas secas de espécies, como pretendeu a CE com o anexo II da Directiva Habitats.
ResponderEliminar"O uso de nomes arrasta consigo perdas brutais de informação. Por isso, é errado fundamentar a conservação em listas secas de espécies, como pretendeu a CE com o anexo II da Directiva Habitats." - um comentário particularmente interessante!
ResponderEliminar"o adjectivo corolino tem uma entrada no glossário da Dr. Rosette Fernandes" - interessante! - assim como há corolino. também há calicino, adjectivo que se encontra no nome de diversas plantas - estou-me a lembrar por ex. de outra antirrínea, Misopates calycinum!
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ResponderEliminarComo se distingue a Linaria amethystea da Linaria algarviana ?
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