quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cymbalaria muralis (Plantaginaceae)















Fica aqui mais uma Antirrínea, bem conhecida de todos mas não menos bela por isso: a Cymbalaria muralis P.G. Gaertn., B. Mey. & Scherb. = Linaria Cymbalaria (L.) Mill. ou ainda Antirrhinum Cymbalaria L.
Esta planta extraordinária também possui capacidades trepadoras (como o já aqui referido Antirrhinum majus L. subsp. cirrhigerum (Ficalho) Franco) e costuma encontrar-se em comunidades nitrófilas de muros e paredes sombrios e frescos nas Regiões Euro-Siberiana e Mediterrânica.
Vernacularmente conhecida por "ruínas" ou "cimbalária", possui uma associação com o seu nome (que é até bastante comum): Cymbalarietum muralis Görs 1966, da aliança Cymbalario-Asplenion Segal 1969, pertencente à ordem Parietarietalia Rivas Mart. ex Rivas Goday 1964 e à classe Parietarietea Rivas Mart. in Rivas Goday 1964 (Syn.: Cymbalario-Parietarietea diffusae Oberd., Görs, Korneck, W.Lohmeyer, Th.Müll., G.Phil. & P.Seibert 1967 nom. nud. (art. 2b, 8)), conforme se pode ver aqui:
SYNSYSTÈME DE LA FRANCE

6 comentários:

  1. A Cymbalaria tem uma característica curiosa. As flores procuram o sol, são positivamente fototrópicas. Com os frutos sucede o inverso. A planta contorce os pedúnculos frutíferos em direcção à sombra, em busca de fendas onde possa introduzir os frutos. Chegada a estação das chuvas as sementes germinam ... e aí está uma nova Cymbalaria bem ancorada na parede, ou no muro.

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  2. Convém ainda dizer que: "The scientific name means "resembling a cymbal" for the somewhat rounded leaves."
    Cymbalaria - Wikipedia, the free encyclopedia

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  3. Como se pode ver pelas duas fotos, esta bela linária (em sentido lato) tanto se dá bem em granitos (rochas ácidas) como em calcários (rochas básicas). Os xistos também não lhe causam aversão.

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  4. Ora aí está uma planta daquelas que me trazem perguntas (mas haverá alguma que não traga?). Perfeitamente (ou melhor, espectacularmente bem) adaptada a colonizar fendas de muros e de rochas, porém nunca a vi em rochas naturais, aparece sempre e invariavelmente associada a muros e paredes artificiais. O que a estará a impedir de colonizar rochas naturais?
    Parece que ela prefere um micronicho que em geral não há numa rocha natural: fendas muito estreitas e profundas. É verdade que não se estabelece em cavidades e buracos dos muros, mas sim em fissuras estreitíssimas, como aquelas entre duas pedras de uma casa de granito. Pode ser isto que as rochas não têm para lhe oferecer. Mas gostava de perceber melhor a razão deste fenómeno.
    De facto aqueles pedúnculos frutíferos longamente acrescentes e "fotofóbicos" talvez não sejam uma boa estratégia numa rocha natural sem fissuras. Mas não estou convencido.

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  5. Bem observado! Penso que a Cymbalaria aequitriloba (Viv.) Cheval. se dá muito bem em ambientes naturais, tal como as outras espécies, mas a C. muralis é realmente muito característica de muros mais ou menos urbanos...

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  6. Também nunca vi esta planta fora do habitat dos homens. De onde teriam vindo os ascendentes das plantas de Cymbalaria que hoje encontro no Castelo de Bragança? O castelo é do séc. XIII, certamente foi construído em cima de um castro da Idade do Ferro, às tantas já com Cymbalaria suspensa das fendas dos muros de pedra emparelhada. Recuando ou pouco mais na história humana, não havia nem casas de pedra, nem muros, apenas habitats de carácter temporário, dos quais sobram os buracos dos postes de madeira que sustentavam cabanas de materiais perecíveis. A Cymbalaria certamente veio de fora, é um arqueófito. Em algum ponto deste planeta esta planta tem um comportamento ecológico semelhante, por exemplo, aos Antirrhinum dos últimos posts. Alguém a trouxe! Miguel, já discutimos algo semelhante a propósito de outro post. A especulação é um divertimento.

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