Linaria intricata (Plantaginaceae), um endemismo peninsular raro e difícil de detectar no campo. Em tempos as plantas nordestinas de L. intricata foram consideradas endémicas de Portugal, sob o nome L. coutinhoi [Bragança, Guadramil; foto CA]
A L. intricata tem uma ecologia extraordinária. As populações desta espécie, literalmente, explodem após um fogo severo que queime o mato e mineralize a matéria orgânica do solo (à superfície, claro). A supressão do fogo autoriza o regresso dos matos e, mais tarde, do bosque, acabando por aniquilar as populações de L. intricata. Portanto, a L. intricata é mais uma evidência indirecta, entre muitas outras, de que o fogo, há muito tempo condiciona o funcionamento dos ecossistemas mediterrânicos peninsulares. Agora, cuidado com a receita! Sem fogo não há L. intricata; com muito fogo abunda a L. intricata mas não há bosque, e tudo o que o bosque representa!
Não conhecia esta espécie, e fiquei à partida maravilhado! Não só porque a raridade é uma forma de beleza, mas também pelo seu semblante que sugere fugacidade, e ecologia transitória.
ResponderEliminarPenso logo na "famosa" Linaria ricardoi, que também tem uma ecologia estranha, parece que só existe em searas e respectivos pousios, onde pode ser muito abundante. Qual seria a sua ecologia original, será que estaria também associada ao fogo? Desconfio que não, mas a minha ignorância sobre esta planta é grande.
Que maravilha! Lembra um pouco a Linaria amethystea, mas parece ser mais robusta e, certamente, muito mais rara!
ResponderEliminarCarlos, em quantos sítios da rede Natura existe a Linaria intricata?
ResponderEliminarAbraço
Paulo