sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Carduus pycnocephalus (Asteraceae)

Os Carduus têm uma ecologia curiosa: gostam de solos perturbados de baixa densidade aparente (baixa relação peso/volume), i.e. de solos fofos, porosos, não compactados. Faz-se um cardal em três tempos com a terra proveniente da abertura de uma vala ou de uma terraplangem, ou com um pouco de entulho de construção. Três, quatro ou cinco anos depois, com a chuva, com o pisoteio, a terra compacta-se ... o habitat dos Carduus extingue-se ... e há que mudar de lugar. Longe dos povoados humanos, em lugar dos Carduus, ficam, geralmente, as giestas.
A recessão da construção civil reduz a área de ocupação dos habitats de Carduus e afins. Os investimentos públicos e privados têm sempre associado um "trade-off botânico", até nos cardais!
Há muitas espécie Carduus em Portugal, 10 se não estou em erro.
O C. tenuiflorus e C. pycnocephalus, dois dos cardos mais frequentes no interior do país, são um tanto ou quanto difíceis de distinguir:

Carduus pycnocephalus (Asteraceae) [foto CA, Bragança]

... o C. pycnocephalus tem os capítulos pedunculados (vd. imagem); no C. tenuiflorus os capítulos são sésseis.

3 comentários:

  1. Belo cardo, sem dúvida!
    São tão difíceis distinguir que nenhuma das várias Floras de Portugal cita C. pycnocephalus L. como espontânea entre nós!

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  2. O C. pycnocephalus não escapou, porém, ao olho clínico de J. Devesa e S. Talavera, revisores do género na Península Ibérica (ver. http://bibdigital.rjb.csic.es/ing/Libro.php?Libro=3927).

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  3. Pois, é um belo trabalho, de facto!
    E o C. pycnocephalus é até bastante comum em Lu, como planta ruderal!

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