Taxodium distichum (L.) L.C.M. Richard, in Ann. Mus. Natl.
Hist. Nat. 16: 298. 1810
= Cupressus
disticha L., Sp.
Pl.: 1003. 1753
Esta gimnospérmica
norte-americana (natural do SE dos Estados Unidos), caducifólia, pode considerar-se
entre nós possivelmente como um agriófito.
É um fanerófito, que terá sido introduzido sobretudo como ornamental, podendo
ter também interesse pela sua madeira e pela sua utilidade ecológica, para
fixar terrenos arenosos nas zonas costeiras ou próximas do mar, pois “Tem
particular interêsse no revestimento de terrenos encharcados, inundáveis e
margens de cursos de água” (Amaral
Franco, Dendrologia Florestal, 1943:
69).
Encontrámo-la bem naturalizada e aparentemente em expansão na
margem da Lagoa das Braças (BL: Figueira da Foz: Quiaios), 29TNE165552,
alt. ca. 45 m, em 29 de Setembro de 2015, como
permitem comprovar as quatro fotos seguintes, nas quais se podem ver os característicos
pneumatóforos (nas fotos 1, 2 e 3), assim como o aspecto geral da árvore (foto
4).
A Med-Checklist
(1984) e a Flora iberica (1986) não
referem esta árvore, a Flora Europaea
(ed. 2, 1993) e a Euro+Med Plantbase
(2014) não a indicam para Portugal, assim como Amaral
Franco, na Nova Flora de Portugal
(1971) e Amaral Franco e Rocha Afonso em Distribuição de Pteridófitos e Gimnospérmicas em Portugal (1982);
contudo, em 1943, na sua Dendrologia
Florestal, Amaral Franco já
mencionava esta espécie norte-americana, natural do SE
dos Estados Unidos, como quase naturalizada: «Na Marinha Grande,
existem exemplares com 31 m. de altura e 0,52 m. de diâmetro à altura de peito,
sendo a sua propagação natural tão fácil que se pode até considerar quási subespontâneo».
Propaga-se muito bem por semente, possuindo as suas sementes «um coeficiente
germinativo de 40-60 %» (Amaral Franco,
1943: 68-69).
Na
Europa, encontra-se sobretudo cultivada, em diversos países, embora na Bélgica
seja já considerada como “Casual alien” ou “Très rarement subspontané” (Verloove, F. 2006 – Catalogue of
neophytes in Belgium (1800-2005) - Scripta Botanica Belgica (Meise), 39: 81;
Lambinon,
J. & Verloove, F. – Nouvelle Flore de la Belgique, du Grand-Duché de
Luxembourg, du nord de la France et des régions voisines (Ptéridophytes et
Spermatophytes), Ed. 6 (Deuxième tirage, avec corrections). Meise. 2015: 51;
Raab-Straube, E. von (2014): Gymnospermae.
– In: Euro+Med Plantbase - the
information resource for Euro-Mediterranean plant diversity.)
Agradecemos a A.C. Matos e a M.J. Pereira pela
companhia nesta excursão botânica, assim como a F. Verloove pela sugestão de
visitar este local fascinante.
Território dos meus ascendentes, conheço este local desde míudo. Garanto que já foi muito mais belo. Atualmente encontra-se bastante degradado, dada a proliferação das exóticas invasoras, nomeadamente do género acacia.
ResponderEliminarCumprimentos.
Muito obrigado pelo comentário, caro Rafael!
ResponderEliminarDe facto há por lá abundância de acácias, assim como diversas outras espécies exóticas.
Cumprimentos.