quinta-feira, 6 de abril de 2023
Isothecium myosuroides Bridel (Lembophyllaceae)
Fotografámos recentemente (3 e 4.IV.2023) em Coimbra (BL), em vasos, alt. 100 m, 29TNE4950, um belo musgo, abundantemente "frutificado", com muitas cápsulas (deiscentes através de um opérculo), que nos parece ser Isothecium myosuroides Bridel var. myosuroides (Lembophyllaceae), um musgo aparentemente muito comum em Portugal continental.
Citando duas ilustres especialistas (briólogas):
«É um musgo nativo da Europa Ocidental, bem como da América do Norte Ocidental e Oriental, ocorrendo desde o nível do mar até elevações médias.
Em Portugal, é abundante nas áreas ocidentais, especialmente em florestas de carvalho (Quercus spp.) e outras árvores nativas da flora portuguesa.
No Parque Biológico, é possível observar esta espécie a crescer em diferentes tipos de substrato, perto do solo, ou sobre a base do tronco das árvores autóctones, especialmente do género Quercus (carvalhos). Surge também sobre pedras de granito ou xisto e em muros, em áreas florestadas ou sombreadas.
À escala do tamanho dos musgos, esta espécie forma verdadeiras miniflorestas, revestindo superfícies inorgânicas (como a rocha) ou aparentemente mortas (como raízes expostas e bases de troncos de árvores). Por ser uma espécie que cresce ao longo de vários anos, tem sido usada como bioindicador da deposição de nitrogénio e de metais pesados nos carvalhais um pouco por todo o mundo.
Os ramos e caules do Isothecium myosuroides albergam também muitas comunidades de organismos minúsculos como algas, fungos e muitos animais de pequenas dimensões, onde germinarão também sementes de outras plantas. Estes tufos funcionam, assim, como um berçário de vida, protegendo várias comunidades interdependentes e vivas, escondidas à “sombra” de um musgo.»
(Texto: Cristiana Vieira (MHNC-UP) e Helena Hespanhol (CIBIO-InBIO). Foto: Cristiana Vieira (MHNC-UP).
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 59.)
(https://www.parquebiologico.pt/animais-plantas/flora/briofitas/item/musgo-arvore)
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