terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Rubus vigoi (Rosaceae)


A maior parte dos aficionados das plantas portugueses acham mais apelativas as plantas de floração mais vistosa, ou as que possuem características peculiares, tais como as orquídeas e as plantas insectívoras. Não vou contestar a popularidade de alguns destes grupos de plantas porque existem motivos mais do que suficientes para as pessoas se sentirem atraídas pelas “raridades” do mundo vegetal. Mas alguns grupos taxonómicos mais "espinhosos" são abandonados porque são simplesmente pouco atractivos ou de identificação complicada. Este é o caso das silvas, género Rubus, um grupo de plantas que tardamos a dominar apesar de vários investigadores já terem passado anos e anos debruçados sobre o assunto. E dentro do género Rubus existem secções que intimidam o investigador mais experiente. O Rubus vigoi pertence a uma das secções mais complicada do género mas é uma planta tão atractiva que se destaca mesmo no meio do silvado mais monótono. As pétalas brancas de grande tamanho e os folíolos de margens onduladas são duas das características mais importantes. Não é assim raro encontrar o Rubus vigoi nas orlas florestais, mas escapa muitas vezes à nossa atenção pela semelhança que tem com a espécie mais abundante da nossa flora e que pertence ao mesmo grupo, o Rubus ulmifolius.

7 comentários:

  1. Bela silva, sem dúvida! O género Rubus é muito interessante e vale a pena estudá-lo, apesar da sua espinhosidade evidente... em compensação, as suas amoras costumam ser bem saborosas!

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  2. Caro João
    Obrigado pelo comentário. São saborosas e fazem muito bem à saúde.
    Abraço

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  3. Obrigado, Paulo
    Espero comer algumas amoras no Verão - que penso ser a época mais apropriada (pelo menos no campo)...
    Abraço

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  4. Excelente post, Paulo! Da melhor batologia! Curioso, neste momento temos mais entradas de Rubus no blogue do que de orquidáceas. Afinal há muita história natural para contar em torno das plantas ditas "menos apelativas". Estou certo que todos os leitores do blogue lamentam que não apareças mais vezes.

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  5. Obrigado Carlos. Uma contribuição menor para a batologia portuguesa em comparação com a que foi feita pelo grande mestre Gonçalo Sampaio.
    Abraço

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  6. Gonçalo Sampaio foi, sem dúvida, um grande mestre da Botânica (a expressão lembra também o xadrez, mas não sei se Gonçalo Sampaio o jogava...).

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  7. Gostaria de ter acesso a quaisquer estudos fidedignos sobre as características agronómicas e produtivas de tantas espécies diferentes de Rubus que temos neste nosso País. Leio que muita coisa foi feita nesse sentido, mas sinto enorme dificuldade em encontrar publicados dados que me permitam ter uma pequena ideia das expectativas técnico-económicas destas espécies. Alguém me pode algumas dicas sobre isto?

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