Distinguem-se assim os cervunais húmidos e secos e os do andar superior e do andar intermédio (num post posterior tentarei caracterizar cada um dos subtipos).
Estes meios, no Parque Natural da Serra da Estrela, são desde há muito utilizados como áreas de pastoreio, tendo sido, por isso, sujeitos a vários tipos de pressão como o fogo, a herbivoria e o corte. A principal ameaça que recai sobre os cervunais é o abandono da ancestral e tradicional prática do pastoreio estival que “naturalmente”, impede a invasão destes prados pelos urzais e zimbrais de altitude. Estes habitats foram considerados de interesse comunitário prioritário (Directiva 92/43/CEE para o estabelecimento da Rede Natura 2000).
Apresento, hoje uma planta, que pode ser observada por esta altura nos cervunais de natureza mais seca da serra da Estrela, onde se associa e confunde, antes e depois da floração com Calluna vulgaris. Thymelaea coridifolia subsp. dendrobryum, endemismo ibérico, descoberta no nosso país por P. Van der Knap (J. Paiva, com. Verb), encontra-se representada no nosso país apenas nesta serra numa única localidade. A população não deverá exceder os 500 indivíduos e ocupa uma área inferior a 1 ha. É um subarbusto lenhoso, de até 10 cm de altura e hábito prostrado, com folhas lineares a lineares-lanceoladas pilosas na extremidade e flores unisexuais, solitárias que surgem na extremidade dos ramos do ano anterior de cor amarelada.
Tão delicada :)
ResponderEliminarBelíssima e raríssima planta!!
ResponderEliminarO hábito prostrado explica, provavelmente, o facto de ter escapada à voragem das hordas de ovelhas que tradicionalmente invadiam a Serra da Estrela no final da Primavera-início do Verão. A ovelha é tão cuidadosa e eficiente a seleccionar as plantas de que se alimenta que após séculos de intensiva herbivoria pouco mais sobra do que Nardus e Calluna nas lagoas colmatadas da Serra da Estrela.
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