sexta-feira, 25 de junho de 2010

Trifolium striatum (Fabaceae)

Embora a sua observação possa exigir algum esforço, o Trifolium striatum é um dos trevos anuais mais frequentes em Portugal. De facto, passa facilmente desapercebido entre Carduus (Asteraceae) «cardos», Medicago (Fabaceae) «luzernas», Bromus (Poaceae) e as muitas outras plantas que colonizam taludes e margens de caminhos. Com algum cuidado detecta-se também em pastagens de T. subterraneum, naturais ou semeadas, e lameiros de secadal (prados semi-naturais de sequeiro).

Trifolium striatum subspbrevidens (esquerda) e T. striatum subsp. striatum (direita)


A Flora Iberica reconhece duas subespécies de T. striatum: subsp. striatum e brevidens, diferenciáveis através do comprimento dos dentes do cálice (vd. foto) e dos pêlos da garganta do cálice (entrada do tubo do cálice).
Este estatuto é manifestamente exagerado: a categoria taxonómica "subespécie" implica algum isolamento reprodutivo, com origem num isolamento geográfico (vicariância geográfica), e/ou ecológico (vicariância ecológica). A categoria "forma" será talvez mais apropriada para designar os dois tipos morfológicos de T. striatum porque estes, muitas vezes, coexistem na mesma população.
O tipo morfológico de dentes curtos - subsp. brevidens - parece ser mais frequente em prados do que em comunidades ruderais (de margem de caminhos). Serão as duas formas de T. striatum diferencialmente seleccionadas nestes dois tipos de habitat?

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